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DE QUEM ÉS FILHO, JOVEM? - I Samuel 17.58

  “E disse-lhe Saul: De quem és filho, jovem? E disse Davi: Filho de teu servo Jessé, belemita.”
(
I Samuel 17:58)

                Uma das mais belas relações interpessoais que podemos encontrar é a relação de um pai com seu filho. O pai é o exemplo, o molde que o filho deseja ser (“quando crescer quero seu como meu pai...”), quer seja na profissão, na forma de se vestir, as maneiras de se comportar etc., ser como o pai é o objetivo do filho. E o que precisa sustentar essa relação tão preciosa é o amor, o fundamento dessa troca de experiências, de ensino e de descobertas. Esse amor mútuo é indispensável para que a relação permaneça estável e aquecida objetivando sua eternização.

                Jesus, numa de suas profecias encontrada em Mateus 24:12 à “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.” nos mostra que o fundamento dessa relação seria fortemente abalado a ponto de se esfriar, de não poder ser sentido, ou se sentido, não vivido. A iniquidade do homem é a chave mestra para essa decadência do amor, pois a preocupação daquele é satisfazer seus próprios desejos, suas ansiedades, seus sonhos etc. E com o ser humano insensível aos atos do amor o conflito entre pais e filhos têm aumentado drasticamente e isso também nos foi antecipado pelo Filho amado de Deus em Mateus 10:21 à “E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai o filho; e os filhos se levantarão contra os pais, e os matarão”. Famílias estão se destruindo, pais e filhos brigando, se matando, pois o amor se foi, o modelo de pai a ser seguido se corrompeu, o modelo de filho obediente se esvaiu. Os filhos não conhecem mais seus pais mesmo morando sob o mesmo teto, são familiares desconhecidos, um não se importa mais com o que o outro faz, com que o outro pensa...

                Será que temos saída? Será que há como restituir essa relação? Como ser um bom filho? Quais os benefícios desse esforço em sermos filhos amados?

                O texto nos remete ao episódio em que Davi vence Golias com toda sua pequenez, sua humildade e modéstia. A intrepidez e a coragem de Davi chamaram a atenção do rei Saul e por isso lhe bateu a curiosidade de saber quem era o pai de Davi, ou seja, quem o ensinou a ser assim, quem o sustentava, quem o educava, sua semente vinha de onde, qual a sua origem, a sua família...

                Aquela batalha foi vencida, um milagre tinha acontecido e um testemunho foi dado a toda uma nação, tanto de Israel quanto dos filisteus. Quando Davi saiu à peleja Saul pergunta a Abner, mas este não soube responder quem era o pai de Davi. Além disso, Davi já havia se apresentado a Saul, tocando sua harpa, para acalmar seu espírito atormentado do rei, mas Saul não se interessou em saber quem era o pai do menino que tocava harpa, mas queria saber quem era o pai do guerreiro, do valente, já que a importância maior pra ele era a guerra.

                A vida do jovem na presença do Senhor também é marcada por vitórias, por milagres e testemunhos maravilhosos diante dos que nos cercam, pois queremos mostrar a todos que fomos ensinados da maneira correta, que temos uma família, uma origem, uma semente. Não tememos a peleja e estamos posicionados naquilo que escolhemos, naquilo que queremos seguir. Não somos nós que aparecemos, mas sim aquele que nos educa, que nos molda na forma de agir, de falar... Mas o mundo quer saber quem foi que nos ensinou a ser assim, quem nos governa, enfim, o mundo quer saber quem é o nosso pai e o que temos aprendido com ele.

                A pergunta de Saul tem perpassado os tempos e até hoje ecoa: “De quem és filho, jovem? Quem é o seu pai?” Quem te ensinou a ser forte? Quem te ensinou a não temer nenhuma luta e nenhum inimigo que se levanta contra você? Quem te ensinou a não temer a doença, o desemprego, a concorrência no mercado de trabalho, nos concursos, nos vestibulares? Com quem você tem aprendido tudo isso?

                Sabemos que somos criaturas de Deus, feitos à sua imagem e conforme a sua semelhança (Gênesis 1:26 à E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...). Assim, quando Deus nos cria, devido à Sua bondade, permite até que o homem escolha quem seria seu pai. Dessa forma vemos que ser criatura é um fato na existência de toda o homem, mas ser filho é uma escolha pessoal, precisamos querer ser e isso é exercer o nosso livre arbítrio para escolhermos a quem vamos obedecer.

                Um dos pais disponíveis encontra-se em João 8:44 à “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira”: O pai da MENTIRA à Jesus nos diz que ele é homicida, ou seja, se enquadra perfeitamente na ausência do amor, pois quem não ama, mata. E esse pai tem matado muitos jovens nas drogas, no crime, na prostituição, nos casamentos ilícitos e sobretudo, tem matado muitos jovens espiritualmente. Jesus também nos afiança que esse pai não tem compromisso com a verdade, é enganador, é destruidor e dessa forma tem atraído a ele muitos filhos. É esse o pai que você quer jovem? Que te ensina a desobedecer, a roubar, a se vestir, a se comportar como o mundo, na moda, pois não tem nada a ver, pois Deus é amor e aceita tudo? Esse foi o pai que alguns jovens escolheram e por isso tem sofrido consequências terríveis em suas vidas e a maior dela diz respeito à perda de sua salvação.

                Por outro lado há um outro pai, o Pai de AMOR à (João 14: 21 e 23 à Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele... Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada.”) 

    Esse não apenas diz que ama, mas mostra que ama (João 17: 24 e 26 à Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me amaste antes da fundação do mundo... E eu lhes fiz conhecer o teu nome, e lho farei conhecer mais, para que o amor com que me tens amado esteja neles, e eu neles esteja.”). 

    Deus, nosso Pai de AMOR é aquele que supre nossas necessidades (Filipenses 4:19 à “O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus”); 

    Nos dá um reino como herança (Lucas 12:32 à “Não temais, ó pequeno rebanho, porque a vosso Pai agradou dar-vos o reino”); 

    Nos perdoa (Mateus 6:14 à “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós”); 

    Nos corrige para sempre acertarmos (Hebreus 12: 6 e 10 à “Porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho... Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade”.) 

    Nos dá segurança (João 10:29 à Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai”.) 

    E sobretudo nos dá a vida eterna (Mateus 10:28 à E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão”. // João 3:16 à Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.)

                E então Jovem? Qual Pai você vai escolher? De quem és filho?

JOSUÉ 24:15 à “...PORÉM EU E A MINHA CASA SERVIREMOS AO SENHOR.”

                Nós queremos ser filhos do Deus criador, o pai de Amor e de Misericórdia. Ele é o Deus todo poderoso, que governa todas as coisas pelo poder da sua palavra. Deus nos escolheu para sermos seus filhos, Ele nos amou e nos dá todos os dias essa oportunidade (João 1: 12-13 à Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”.)

               Davi foi um bom filho, pois não seguia Saul, mas fazia o que tinha que fazer junto ao rei, mas voltava para a casa de seu pai (I Samuel 17:15 à  Davi, porém, ia e voltava de Saul, para apascentar as ovelhas de seu pai em Belém”). Nós também vamos ao mundo para trabalhar, para estudar, fazer cursos, mas não seguimos o mundo, pois entendemos que nosso lugar é junto do nosso Pai de Amor, é junto do rebanho, da igreja fiel do Senhor. Davi também era obediente ao seu pai (I Samuel 17:20a à “Davi então se levantou de madrugada, pela manhã, e deixou as ovelhas com um guarda, e carregou-se, e partiu, como Jessé lhe ordenara...”).

Ser filho é ter o mesmo sangue e é o Espírito Santo quem garante essa unidade no Senhor, nos garante as instruções para sermos bons filhos. E é isso que Deus quer de nós: que sejamos bons filhos. Podemos mostrar ao Senhor que assim somos quando nós honramos nosso pai e nossa mãe, tanto biológicos, quanto espirituais (Êxodo 20:12 à Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá”. // Deuteronômio 27:16 à Maldito aquele que desprezar a seu pai ou a sua mãe. E todo o povo dirá: Amém.” // Mateus 15:4 à Porque Deus ordenou, dizendo: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser ao pai ou à mãe, certamente morrerá.”). Precisamos honrar a Deus, nosso Pai e à igreja, a mãe que nos gerou como fruto de um milagre da salvação e também porque somos assistidos de todas as formas e nada nos tem faltado para caminharmos rumo à eternidade. Também somos bons filhos quando obedecemos à todas as orientações de Deus para nossa vida (Isaías 1:19 à “Se quiserdes, e obedecerdes, comereis o bem desta terra” // II Coríntios 2:9 à “E para isso vos escrevi também, para por esta prova saber se sois obedientes em tudo”).

                Ser um bom filho é seguirmos o modelo que Jesus nos deu, pois ele é o filho amado de Deus (Mateus 3:17 e 17:5 à  “E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”). Jesus é nosso exemplo de obediência (Filipenses 2:8 à  “E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz”). Queremos ser como Jesus e sermos obedientes em tudo (madrugadas, evangelizações, cultos, mutirões etc.) ao nosso Pai Celestial, queremos anular, matar a nossa carne para que o Espírito Santo seja exaltado em nós. Estamos lutando para que Deus nos ache como achou Davi, segundo o Seu coração.

                O Pai tem muitas moradas em Sua casa na Eternidade e estas estão reservadas para aqueles que o amam, que nutrem esse amor e não o deixam morrer, pois o amor é um sentimento e não se escolhe ter, não se escolhe amar, mas o amor nasce em nossos corações mediante a ação do Espírito Santo em nós. Por isso o amor de Deus, materializado na pessoa de Jesus nasceu e arde em nossos corações nos fazendo todos os dias proclamar o nome de nosso Pai. Jessé = “Deus Existe”, “presente de Deus” e pra nós Deus nos deu de presente uma vida que é eterna, nos deu o seu filho Jesus de presente por amor. Nosso pai é de Belém = “Casa do Pão”, ou seja, aquele que nos fornece da eternidade o Pão da vida, o alimento, o sustento espiritual para que possamos ser bons filhos, apesar das dificuldades das guerras que enfrentamos neste mundo.

                Assim, o nosso Pai é Jessé, ou seja, é a sua graça que nos foi dada de presente, é o belemita, ou seja, o que preparou em sua casa, na eternidade, o Pão, Jesus, e nos deu como dádiva para termos uma morada eterna. (II Coríntios 6:18 à “E eu serei para vós Pai,E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso”. // Apocalipse 21:7 à “Quem vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu filho”.) 

Louvado seja o Senhor!

Lapidados pela Bíblia



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